sexta-feira, 25 de maio de 2012

Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar a dor para justificar nossa existência.

Martha Medeiros

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bonitas mesmo somos quando ninguém está nos vendo. Atirada no sofá, com uma calça de ficar em casa, uma blusa faltando um botão, as pernas enroscadas uma na outra, o cabelo caindo de qualquer jeito pelo ombro, nenhuma preocupação se o batom resistiu ou não à longa passagem do dia. Um livro nas mãos, o olhar perdido dentro de tantas palavras, um ar de descoberta no rosto. Linda.

Martha Medeiros

sábado, 12 de maio de 2012

"Para a mãe que desabrocha, rosa;
Para a mãe que bem-me-quer, margarida;
Para a mãe que gosta de champanhe, tulipa;
Para a mãe que gosta de orquestra, orquídea;
Para a mãe que é um violão, violeta;
Para a mãe que não dorme, girassol;
Para a mãe que trabalha, sempre-viva;
Para a mãe que defende, boca-de-leão;
Para a mãe que é linda, lírios;
Para a mãe que gera, gerânios;
Para a mãe que ama, amor-perfeito." Martha Medeiros

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Para todas as mães, um Feliz Dia das Mães, amanhã e todos os dias do ano! Mas em especial para a minha né, que me ensinou e continua a ensinar tantas coisas boas, dizer que não me imagino sem ela, é um grande elo de confiança e amor! Sem falar no aprendizado diário... não tenho palavras para definí-la! Ela é minha vida, simples assim! Amo mais que tudo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O que acontece no meio

Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa. No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.  Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.  No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.  Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.  No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.  Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.  No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).  Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do prazer, há outras coisas que também levam ao êxtase: um poema, um gol, um show, um beijo. No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.

Martha Medeiros
Que maio nos traga o de sempre, sem esquecer do amor e muita fé em Deus!